domingo, 7 de novembro de 2010

Você

E você que apareceu do nada
Como quem vaga pela imensidão de um ninho
Como quem procura por um saber comum
Mas que ainda não se sabe saber sozinho

Passei a não me entender
A andar por terras estranhas
Senti a proeza de provar o contrário
De andar por outros descaminhos

Sua presença me impõe o desafio da paciência e da impaciência
Que perdura latente como um moinho de ventos
Que trabalha constante e sempre sozinho

E você que reluta, permitindo-se voltar a acertos desconcertantes
Cerca-se de carinho de todos os lados, afagos, achados, perdidos, encontrados
É um jeito de ser que apesar de tanto amor ainda percebo carecer de algo que tenho

Eu descobri suas carências anômalas
No ímpeto do seu avesso escondidas
Talvez eu possa te oferecer, talvez um dia
Talvez, quem sabe, será muito tarde
Só depende de você

Alexandre Medeiros

3 comentários:

  1. Muito bom, poema maduro, sincero... muito bom mesmo!

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  2. Gostei das palavras, vc tem sensibilidade e um amor muito grande dentro de vc, então, quando se dispõe a expressar-se dá nisso!
    Poema bonito, forte, que ressalta bem a natureza humana, cheia de seus desafios e desencontros! Continue escrevendo, coisas boas assim devem ser partilhadas com aqueles que te querem bem.

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  3. Caro blogueiro,
    Falar sobre a subjetividade humana de forma precisa, segura e matura é algo que só flui de alguém que além de outras qualidades e virtudes tem agudeza de espírito, tem capacidade de conhecer o outro pelo olhar, tem sensibilidade que leva a compreensão de ações e atitudes humanas mesmo simples, no entanto que falam mais do que sábias palavras que poderiam ser ditas e colocadas. Pela forma como você expressa-se e usa as palavras,um Engenheiro que tem a capacidade de demonstrar essa poeticidade em um texto simples e profundo, é percebível a nobreza de ser humano que você é. E por ser nobre torna-se capaz de lidar com qualquer desafio.
    Muito bom o texto. Parabéns!

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