domingo, 29 de maio de 2011

Ínfimo desabafo


                                                             Foto: Google

Passo noites sem dormir
Sonho com o desconhecido e ele ainda nem existe
Os pensamentos amargos se avultam
Eterna madrugada

Em meio à abundante vida
Nunca tinha percebido sua escassez
Embora querendo gritar, faço silencio
Mal vejo a vida que passa lá fora
Não, não é lamento!
Independe de minha vontade
Embriagadas noites
Silenciado pelo desconhecido
Teu olhar vagueia
Balbuciando uma explicação qualquer
Imbricações de amargura
Lamentações que rasga-me a carne
Um pedaço de mim sofre dores de parto
Atado à exaustão
O amor não se abala, não deixarei que morra em mim
Embora não saiba pedir, a resposta sempre vem
Proteção gestacional divina
Do pranto, faz-se o riso
Sou incapaz de desvendar
Sobre a noite passada
Meu grito ecoa na fria madrugada
A fragilidade me refaz
Necessito da dor que recomeça insistente
Se ela não me maltratasse tanto
Eu não teria a força de hoje
Alexandre Medeiros

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