sexta-feira, 4 de maio de 2012


Quase Vida

                                      Foto: Google imagens


Fui novamente negado
Regurgitado por essa maldita dor faminta
Atormentado pela impermanência da negação
Minha mente foi esculpida por traças
Queria não me deixar invadir, que me trouxessem de volta
Estou perdido

É assustador crer que não sei mais ser
Eis o sentimento que invade meu verbo
Vastidão de caminhos vazios
Reencarnação de antigos tormentos
Neblina de pétalas de flores mortas
Triste valsa

As luzes estão tão altas
Lá de cima, a sombra se impõe como abismo
Ah! E o sol que só me queima
Rasga-me a carne a golpes de faca
Não sei como sair

Feito um animal que pasta
Apeguei-me ao desapego
Uma angústia infundada que me rouba do corpo o vigor
Da força o grito
Do beijo o pudor


Que devo fazer?
Ninguém consegue me explicar
Não serei devoto dos normais
Não criarei outro mundo
Buscarei outras estadias

Os estigmas foram baldeados
Estão esculpidos, tatuados em mim
Se eu não mais resistir
Se não me libertar
Não suportarei por muito tempo
Irei embora
Mesmo que esteja bem perto do fim

Alexandre Dantas de Medeiros




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