terça-feira, 12 de abril de 2011

Contendo a ansiedade

O medo que nos ameaça e se transforma em ansiedade foi tema recente do programa Bem Estar da Rede Globo. No estúdio, o psiquiatra Adalberto Barreto, criador da terapia comunitária no Brasil - que existe há 25 anos e é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2007 -, explicou o que acontece com a mente e o corpo humano quando estamos em estado de ansiedade e apresentou algumas dicas caseiras:

Barreto falou, ainda, da importância de compartilhar os problemas com outras pessoas, seja um parente, um amigo ou até um desconhecido que está na mesma situação. De acordo com ele, quando a boca cala, os órgãos falam. E, quando a boca fala, os órgãos saram.

Os motivos de angústia, nervosismo e ansiedade na vida moderna são inúmeros. Podem decorrer da perda de um familiar, da saída de um filho de casa, de uma doença. E é pondo para fora todos esses episódios que se aprende a controlar os sentimentos, segundo o psiquiatra, que é professor da faculdade de medicina da Universidade Federal do Ceará. O médico costuma dizer outra máxima: “Aquilo que não exprimimos com a boca, imprimimos no corpo”.

Em uma dessas rodas de conversa, na zona sul de São Paulo, cada um dos 400 participantes por mês tem uma história para compartilhar com os demais. Na maioria das vezes, são depoimentos tristes, carregados de emoção e muito sofrimento. Mas o simples fato de contar e dividir com alguém o que se passou ou está se passando na vida dessas pessoas as ajuda a seguir em frente.

Nesses momentos, muitos veem que não são os únicos a enfrentar problemas, e que alguns passam por dificuldades ainda maiores. Em grupo, tudo se torna mais simples e fácil. “Adquiri força aqui desde o primeiro encontro, ouvindo as experiências do pessoal e entendendo que as coisas não se acabam em um dia só, nem se consegue algo em um dia só”, disse o aposentado Eunicio Ferreira.

Os participantes acreditam que a correria da vida moderna e a falta de abertura em casa acabam acumulando essa vontade de falar e de ser ouvido. O maior benefício, na opinião deles, é este: ninguém está lá para criticar ou aconselhar os colegas, apenas para ouvi-los, acolhê-los e abraçá-los.

A terapia comunitária é um instrumento reconhecido pelo Ministério da Saúde que permite construir redes sociais solidárias. Atualmente, o Brasil tem 11.500 profissionais atuando em todas as regiões.

A técnica busca estimular a cidadania e restaurar a autoestima das pessoas. Também favorece a prevenção da saúde e a reinserção social, ao possibilitar a expressão dos sofrimentos que atingem diretamente a saúde dos brasileiros.Em rodas, os participantes falam de seus problemas e ouvem uns aos outros, mas não podem dar conselhos. O ideal é que a experiência apresentada ajude os próprios indivíduos a achar caminhos alternativos ao sofrimento.

Um levantamento realizado sobre o impacto dessa técnica no país apontou que 89% dos participantes tiveram suas demandas atendidas, e não foi necessário encaminhá-los para um especialista.

Para saber onde está a rede mais próxima da sua casa, acesse o site da Associação Brasileira de Terapia Comunitária.

Fonte: g1.globo.com/bemestar




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